A Profecia de Orion | Patrick Geryl
“Os rebeldes provocaram um grande
derramamento de sangue e enfiaram-de de volta ao mar em navios furtados.
Felizmente, o supremo sacerdote e sua família, junto com outras naves que
também
transportavam sacerdotes, já tinham partido.
Devido à densa névoa, não lhes era possível ver ou ouvir
nada a respeito deste criminal episódio no
último dia de seu reinado.
Enquanto isso, os comandantes se aproximavam
uns aos outros sem que se dessem conta. A
névoa os fazia invisíveis e inaudíveis entre
si. Seth olhou a seu redor quando uma rajada de vento
rasgou a névoa; então viu Horus, que estava
meditando a uns vinte metros de distância. Cheio de ódio e
sofrimento, com o desejo de matar o filho de
seu irmão, deu um passo adiante. Outra vez a Terra tremia e se expandia uma
temerária sinfonia, cuja fantasmagórica imagem era pesada e sinistra. A lava
voltava a correr, continuando seu destrutivo
trabalho. As árvores se quebravam como se só fossem
pequenos ramos e logo ardiam em chamas. O
fogo rugiente matava tudo o que encontrava em sua
passagem, tanto vegetal como animal. Nada
podia escapar a isso. Um desagradável aroma acompanhava
todo esse panorama. Seth, quem nesse momento
se encontrava só a três passos de seu sobrinho, caiu
presa do medo; um pânico irracional se
apoderou dele e atacou sem pensar. Seu grito se perdeu no
ruído ensurdecedor do bosque envolto em
chamas, quando sua espada roçou o ombro de Horus; com
outro golpe pegou à cara de seu sobrinho.
Horus estreitou suas mãos frente a seu rosto e logo estas
começaram a sangrar. Seth estava seguro de
sua vitória e escapou, tratando de fugir da corrente de lava
que se aproximava. Embora Horus ainda
estivesse vivo, com segurança morreria nessa corrente de fogo
fantasmagórico. Umas enormes nuvens ardentes
provinham da lava, a qual serpenteava emitindo
monstruosos assobios. Cada vez se aproximava
mais ao filho de Osiris quem, só e muito ferido, ficara a
mercê dos céus. Perdera seu olho direito e o
outro estava cheio de sangue, tinha um joelho destroçado
e um ombro quebrado, mas ainda estava vivo,
embora não podia ver nem mover-se. Sabia que o
inferno se abatia sobre ele e tinha a
esperança de que Isis e o resto de sua família pudessem escapar a
tempo. O arroio fervendo chegou às árvores
próximas e os destruiu em apenas uns segundos. Um
profundo suspiro escapou de seus pulmões e
sentiu o intenso calor que breve o queimaria até convertêlo
em cinzas. Então se produziu o milagre. Horus
jazia sobre um afloramento de granito, dado que a
lava não poderia passar por ali; mas bem só
poderia rodeá-lo, deixando-o a salvo por algum tempo.
Na costa, por fim Nepthys teve êxito. Divisou
uma pequena baía com uma enorme figueira. Ali,
em um ramo que se encontrava sobre a água
estaria pendurado o couro que guardava o corpo de
Osiris. Comprovou que isto era certo. Isis
suspirou com alívio, pois ao final, sua demora em abandonar
esta terra tivera sua recompensa. As duas
irmãs, com cuidado tomaram o couro e os soldados o
colocaram em um dos pequenos Mandjits que
havia por ali abandonados. Ao cabo de um curto
intercâmbio de idéias, a rainha ordenou a sua
irmã que se unisse a sua família junto com os soldados.
Isis foi sozinha em busca de seu filho, que
era o herdeiro legal do reino que agora se perdera e chegou ao palácio real
onde Geb e Nut se dispunham a partir. Estiveram aguardando as
notícias de seu filho e neto,
desesperadamente. Confrontados com a resoluta decisão de Isis de
procurar a seu filho, Geb deu suas últimas
ordens. Sem mais demora, Nut e os restantes chefes deviam
ir-se, sendo seu lugar do destino, ali onde
terminava o parque e começava o canal. Duas fortes galeras
que eram suficientemente resistentes para
navegar pelos mares mais bravios os aguardavam. Um novo
país necessitaria uma nova mãe, senhora de um
novo céu, a qual, em ausência de Osiris e Horus, devia
ensinar aos sobreviventes como viver em sua
segunda pátria. Seu nome seria Ath-Ka-Ptah, cujo
significado literal era "Segunda Alma de
Deus", o qual logo seria trocado foneticamente pelos gregos
pelo Ae-Guy-Ptos (ou Egito, em castelhano). “
Patrick Geryl é autor de nove livros escritos
em holandês, e publicados em alemão. Todos eles
se converteram em bestsellers. Desde
sua infância se interessou profundamente pela astronomia e até o
presente, estudou centenas de publicações e
livros sobre o tema.
Em seu primeiro livro publicado sobre
astronomia: A New Space-Time Dimension (Uma nova
dimensão de tempo e espaço, 1979), lançou um ataque a mundialmente
famosa teoria da relatividade e
predisse numerosas mudanças no universo. Suas
predições se confirmaram nos últimos dez anos, com
o que obteve grande publicidade na imprensa
belga.
Seus descobrimentos sobre o Fim dos Tempos em
2012 o impulsionaram a iniciar uma intensa
investigação que se dedicou em três livros. O
primeiro deles, A profecia de Órion, foi publicado nos EUA
e traduzido e editado na Polônia, e O
cataclismo mundial de 2012 e Como sobreviver logo depois de 2012.
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